Acho que me custa, pelo menos da forma que desejaria, expressar o quanto este filme me deixou nostálgica e com um sabor agridoce. Mas no bom sentido, claro!
Harrison Ford não desapontou fazendo jus à personagem que ficou tão querida por todos nós e que construiu ao longo dos anos.
Este filme fez mais do que nos permitir matar saudades do Indy, atribuiu-lhe um tom humano e comum, com o qual todos nos podemos identificar. Construiu uma dimensão ainda mais profunda a esta personagem, deu-lhe defeitos, problemas, altos e baixos… Conferiu-lhe aquilo que para todos nós, comuns mortais, é certo… deu-lhe vida. Uma vida comum, é certo… Mas uma vida.
Ninguém está habituado a ver o seu herói, uma personagem inquebrável e quase imortal, a ter problemas quotidianos… A ter de lidar com separações, velhice, perda…
E isso, mais do que a ação e a aventura em si – que este filme contém e que é expectável no Indiana Jones -, foi o que mais me tocou. Deixou um sabor agridoce… Uma nostalgia boa, de quem cresceu a ver Harrison Ford vestir a pele de um aventureiro (muitas vezes inconsequente), que procurava incessantemente encontrar o impensável e o impossível… Mas ao mesmo tempo a percepção e a chamada à realidade de que todos passamos pelo tempo. E isto é feito não só, de forma válida e realista no filme, mas também de forma graciosa e respeitosa à personagem e ao actor.